A Animação Sociocultural como via de integração

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A intrusa

O nosso dia-a-dia é constantemente invadido por uma intrusa chamada PUBLICIDADE. Entra, sem pedir licença, nas nossas caixas de correio, persegue-nos através da TV, da internet, das revistas, dos jornais, espreita-nos nas ruas, nas lojas, nos transportes públicos e nem no cinema nos dá sossego!

A intrusa está nos céus, na terra e até nos mares! Como poderemos livrar-nos dela? Fugir-lhe, ainda que por um único dia, sem que seja necessário fazer um retiro espiritual? Simplesmente, não é possível! É uma espécie de “inimigo invisível”, que nos apela freneticamente à visão, à audição, ao paladar, ao tacto, ao olfacto e à carteira… E, como não há sentido humano que resista a tantos apelos, lá vamos nós comprar o que não precisamos, desejar o que não podemos ter e fazer por ter o que nos fazem desejar…

É por isso que compramos 3, quando, na realidade, só precisamos de 1 (é para aproveitar o preço muito baixo! Dizemos nós para apaziguar a consciência.); é por isso que não damos o benefício da dúvida a determinados produtos, ainda que os mesmos primem pela qualidade (não dá na televisão, não deve prestar!); é por isso que queremos “um champô igual ao dela” (quando temos 3 ou 4 na casa de banho, que ainda estão a meio!) …

A publicidade é mesmo assim, está sempre a tentar despertar o consumidor que há em nós. Uns mais resistentes que outros, todos acabamos por, pelo menos uma vez, perguntar: “Mas por que raio fui eu comprar isto?”
Cultura, Língua, Comunicação 5

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3 Comentários:

Às 23 de julho de 2009 às 14:39 , Anonymous Anónimo disse...

Gostei particularmente do conceito "amigo invisível"! É mesmo isso, a publicidade e a sua influência estão lá e muitas vezes não a vemos, de tão familiar e "normal" que ela nos parece.

A denominada sociedade do consumo advém disto mesmo, anos e anos de indução ao consumismo, que condiciona a nossa forma de ser e estar, perante nós e os outros..

Um aspecto interessante é a forma como a publicidade é um mercado dominante; controla não só o que comemos, como também o que queremos comer; controla não só o que vemos mas também o que queremos ver....

 
Às 28 de julho de 2009 às 00:26 , Blogger arlimatos disse...

Sem querer retirar qualquer ponto a este excelente texto sobre a "inimiga invisível", na minha opinião, esta dissertação só ficará completa quando se falar no lado positivo da publicidade. Pessoalmente prefiro ver boa publicidade a filmes "hollywoodescos". Dou imenso valor aos bons publicitários e à sua criatividade. Existem alguns programas específicos de publicidade que não perco. Também é possível conviver com a "inimiga invisível" sem ser infectado! Parabéns pelo trabalho. Continuem.

 
Às 28 de julho de 2009 às 15:56 , Anonymous Anónimo disse...

Aprecio bastante algumas formas de "manipulação", dizem muito de nós!! :)

Outro aspecto importante, na minha opinião, é sobre o que se publicita. Por exemplo, não vejo mal algum, mto pelo contrário, em "induzir" as pessoas a assistirem a espectáculos culturais, a verem filmes, entre outros..

 

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